sábado, 12 de janeiro de 2013


Os melhores em 2012
 
Será sempre muito difícil escolher os melhores do ano em cada disciplina. As escolhas, quando não validadas por resultados, têm sempre um caráter subjectivo, ao qual necessariamente estarão ligadas fatores diferentes de pessoa para pessoa.O ciclismo em 2012, apesar de tudo, ficou marcado não pelos resultados, mas pelo doloroso processo do caso Lance Armstrong que concitou a atenção de toda a Imprensa mundial, muito em especial aquela que sempre procurou na modalidade, pormenores para a desvalorizarem.Sobre Armstrong já muito se escreveu, e não valerá a pena perder mais espaço neste tema, pois por muito que se queira haverá, neste capítulo duas facções, que não são possíveis de uma união: os que permanecem indefectíveis ao americano, e aqueles que o odeiam.
Vejamos, pois, aqueles que consideramos os melhores de 2012. A escolha, poderá não andar muito longe do que pensam os nossos leitores. Assim o esperamos.
Estrada – masculino:
1º Bradley Wiggins (1980, Sky)
Foi sem duvida o ciclista do ano, com importantes triunfos que o catapultaram, definitivamente como um ciclista de provas de três semanas, mostrando-se competitivo no seu terreno predileto, a rolar e nos C/RI, mas também irrepreensível na alta montanha, o que é um fato fora do normal, para quem veio da pista.
Começou cedo com o seu triunfo no Paris-Nice, e no meio da temporada as vitórias no Dauphiné e Romandia, abriram as portas para o primeiro triunfo de um britânico no Tour. Conseguiu um outro triunfo histórico, ao vencer a prova C/RI dos JO, o que lhe veio a conferir o título de “ Sir”, atribuído pela Rainha de Inglaterra, e ainda de melhor desportista do seu país.
2º Tom Boonen ( 1980 – Omega Pharma – Quick Steep )
Venceu e discutiu quase todas as clássicas , vencendo algumas das mais importantes, tornando-se intratável nas provas de um dia. Possante e moralizado, Boonen conseguiu uma façanha de que muito poucos podem se orgulhar : Tour de Flandres e Paris-Roubaix, precisamente as duas clássicas mais emblemáticas .
Principiou a temporada ganhando em S. Luis, muito cedo em janeiro, continuou pela Qatar e terminou em Outubro, sempre competitivo. É certo que não alinhou em nenhuma das três provas de três semanas, mas não foi necessário para mostrar a sua supremacia, num terreno em que é foi rei e senhor.
Não nos esqueçamos, ainda, dos seus triunfos em E3 Prijs Vlaanderen-Harelbeke, Gante-Wevelgem e do campeonato belga. É certo que terá beneficiado, da ausência de Fabian Cancellara e do desacerto de Gilbert, no início de temporada, mas a sua supremacia foi evidente. Foi também considerado o melhor desportista do ano na Bélgica.
3º Joaquim Rodríguez (1979, Katusha)
Foi o melhor classificado no ranking UCI, conseguiu dez importantes triunfos em provas do World Tour, foi um dos poucos a estar presente de forma competitiva, quer nas clássicas, venceu entre outras a Fléche Wallone e o Tour de Lombardia, quer nas provas por etapas, em especial nas competições de três semanas, onde foi segundo no Giro, perdeu para Hesjedal por 16 segundos e terceiro na Vuelta, numa reviravolta já impensável, na parte final da corrida, mas obteve três triunfos de etapa.
Esteve presente em outras provas por etapas, onde obteve triunfos parciais, estando quase a triunfar na Volta ao País Basco.
Estes foram para nós os três melhores da temporada, mas outros nomes não passaram despercebidos:
Hesdejal venceu o Giro, Alberto Contador a Vuelta, Vinokourov a prova de estrada dos JO de Londres, Philippe Gilbert o Mundial, Niballi venceu o Tirreno-Adriático e muitos lugares no pódio , Alejandro Valverde com um regresso digno de um grande ciclista, Simon Gerrans pela sua persistência e triunfos em provas clássicas, Voeckler pela sua incontestável atuação no Tour, Tony Martin pela sua supremacia nos C/RI e, saúde-se o regresso com pompa e circunstancia de Gilbert. Por seu turno, Boassan Hagen e Froome foram irrepreensíveis no apoio a Wiggins, nos seus mais importantes triunfos .
Jovens, ainda com o “ mundo “ à sua frente, Peter Sagan e Rui Costa foram as grandes revelações da temporada. O primeiro revelou-se um portento de força, há já quem o veja como o novo Merckx da era moderna. Com apenas 22 anos foi um dos ciclistas que mais vezes levantou os braços, conseguindo a façanha de vencer três etapas no Tour e a camisola verde. Tão jovem, Peter Sagan arrisca-se, a ser, muito em breve ,um potencial candidato a qualquer tipo de provas.
Rui Costa foi muito regular ao longo de toda a temporada sendo o esteio da sua equipe, mostrando a sua competitividade, quer em provas de um dia, quer em provas por etapas. Conseguiu um triunfo histórico, na Volta à Suíça, e lugares de pódio em clássicas importantes, 2º em Plouay e 3º no Québec, foi ainda 13º nos JO de Londres.
Importante, também, foi o seu desempenho no Tour. Interveniente na corrida, Rui Costa foi 18º no final, o que indicia que poderá melhorar esta performance nos tempos mais próximos.

Feminino:
Que dizer de Marianne Vos ( 1987) : simplesmente que venceu tudo, ou quase tudo que lhe interessou. Titulo mundial, logo no seu país e a medalha do ouro nos JO, uma dobradinha muito difícil de conseguir. Colecionou o triunfo na Volta à Itália e, para não termos duvidas juntou ainda o triunfo o GP de Plouay. Simplesmente admirável . Um curriculum que, nem mesmo Jeannie Longo, nos seus anos mais importantes, se deu ao luxo de conseguir.
A ” Eddy Merckx “ feminina estará para as curvas, e, pelos vistos, para permanecer por muitas temporadas, tal é a sua supremacia em relação às restantes adversárias. Polivalente, a holandesa faz ainda uma perninha no ciclocrosse.

PISTA:
Chris Hoy terminou a sua carreira em 2012, semeando uma onda de triunfos inigualável, pelo menos nos tempos mais próximos. Seis vezes campeão olímpico, em 2012 venceu a prova de velocidade por equipas e o keirin e onze títulos de campeão do mundo, marcaram a carreira do atleta que mais medalhas conquistou para o reino de Sua Majestade que, por força disso, lhe concedeu o título de “ Sir”.
Conseguiu o feito extraordinário, de empolgar toda uma nação e foi um excelente embaixador, ao longo dos últimos anos, para o entusiasmo dos britânicos pelo ciclismo.
 Feminino:
Pendleton alia a sua velocidade á sua sensualidade.
Victoria Pendleton venceu em Londres a prova de Keirin e obteve a medalha de prata na prova de velocidade, conseguindo ainda o título mundial na prova de velocidade.
MTB:
Nino Schurter foi o atleta do ano no mtb. O suíço venceu , a Taça do Mundo e o Mundial de XCO e foi medalha de prata nos JO. Aguerrido e combativo é um hino à competitividade, utilizando uma tática agressiva, que fazem dele um dos melhores do mundo, ao qual alia uma grande regularidade ao longo da temporada.
Nino Schurter.
Quando se vence uma prova dos JO, atinge-se, normalmente o máximo que um atleta pode esperar e , na maioria do casos ,trabalha uma vida para a obtenção de tamanha honra. Pouco conhecido, o checo Jaroslav Kulhavy foi outro dos atletas do ano no MTB, especialidade de XCO, ao vencer a medalha de ouro.
Perikilis Ilias, por seu turno, foi o vencedor do mundial de Maratonas, um triunfo inesperado, que, por força disso, mais realça o seu título, tanto mais que a Grécia, país de origem do atleta ter pouco tradição no ciclismo.
Ciclocrosse:
Sem duvida que o ciclocrosse está centrado na Bélgica, daí que será muito difícil que os melhores atletas desta variante do ciclismo, não sejam oriundos deste país.

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